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Review .Hack//GU – Last Recode

Lançado para o PlayStation 2, a saga de Haseo ressurgiu nos Pcs e PlayStaion 4 para dar aos fãs um último adeus a suas aventuras no World em .Hack//GU – Last Recode

A franquia transmídia .Hack (ou Dot Hack) é um daqueles casos de bons JRPGs que ficaram perdidos em meio a tantos outros títulos lançados para o PlayStation 2 e acabaram não chamando tanta atenção quanto os best sellers do console, como Resident Evil ou God of War, e outros que vem a nossa cabeça quando pensamos no aparelho da Sony. Nem mesmo no continente asiático o jogo chegou a estourar, apesar de atacar por várias vertentes como anime, mangás, romances e jogos.

Contudo, quem conhece a franquia sabe que essa série é um verdadeiro tesouro enterrado, que não só conquistou seus fãs leais por seus personagens profundos e carismáticos, como também por sua história repleta de momentos filosóficos e contemplativos sobre a realidade e a fantasia, sobre como fugimos da realidade dentro dos videogames. São momentos muito singelos, como por exemplo, a personagem Subaru, do anime .Hack//Sign, que revela na realidade ser uma garota “presa a uma cadeira de rodas” no mundo real, mas que joga o “The World” apenas porque lá ela pode correr.

Review. Hack//gu – last recode
Tsukasa e Subaru

Estes tipos de história permeiam toda a franquia e dão aos personagens muita bagagem que só quem realmente gosta desse tipo de jogo irá se apaixonar pela série e devorará tudo o que tem por ai e depois ficar triste pelo fato de que, infelizmente, ela ficou esquecida em alguma gaveta da CyberConnect2 e da Bandai esperando que, um dia, tenhamos mais novidades. Se você está disposto a ir do céu ao inferno com esses jogos, então acompanhe o nosso review.

Antes de tudo, uma história de amor

A história de .Hack começa quando um programador chamado Harald Hoerwick se apaixonou por uma poetiza chamada Erna Wieland. A moça era casada e morreu em um acidente, mas ela era famosa graças a um poema publicado na internet chamado “Epitáfio do Crepúsculo”. Desolado com a morte de sua amada, Harold iniciou o desenvolvimento de um jogo, que ele chamava de “Fragment”, com uma avançada tecnologia de inteligência artificial que aprenderia com os jogadores e se adaptaria a suas estratégias, tornando o game sempre desafiador.

Para dar vida a esse mundo do seu jogo, Harold usou o “Epitáfio do Crepúsculo” como base. Neste jogo, a filha que eles nunca tiveram poderia se divertir com milhões de pessoas. Essa era Aura. E, para cuidar de Aura até que ela estivesse 100% desenvolvida, Harold programou uma segunda inteligência chamada Morganna.

Tudo se perdeu devido a um poderoso vírus que destruiu por um tempo toda a internet, chamado de “Beijo de Plutão” (“ou “Pluto Kiss”, no original), mas uma empresa, a CyberConnect, conseguiu criar um sistema operacional que era imune ao Pluto Kiss e o lançou junto com ele um avançado MMORPG em que os jogadores imergiam na ação com um óculos especial (tipo um headset de VR) chamado de “The World”. O “World” foi feito com base no “Fragment”, contudo nem mesmo a CC Corp sabia exatamente o que havia dentro do seu jogo e nem como controlar aquilo.

Morgana, por sua vez, entendeu que, uma vez que Aura estivesse completa, ela não seria mais necessária e deixaria de existir. Para evitar que Aura despertasse, ela começou a prender pessoas dentro do jogo, deixando-as desesperadas e tristes, enquanto seus corpos estavam em uma espécie de coma no mundo real, para que Aura não acordasse. Entre essas pessoas, estava uma garota chamada An Shoji, que controlava um Wavemaster (uma classe similar ao mago de RPG) chamada Tsukasa.

E essa história você acompanha toda no anime .Hack//Sign.

Passando rapidamente pelos quatro primeiros jogos originais que são uma sequência direta do anime, (Infection, Mutation, Outbreak e Quarentine), temos a luta de Kite e Black Rose para salvar seus entes queridos de dentro do jogo e acabar com os planos de Morganna. Esses incidentes forçaram a CC Corp a desativar o “The World” até que tudo se resolvesse e os casos de coma envolvendo o jogo fossem esclarecidos.

Nesse meio tempo ainda existe a animação e mangá .Hack//Legend of Twilight, que é uma história mais leve e divertida sobre dois irmãos, Rena e Shugo, que são separados pelos pais no divorcio e participam de um concurso organizado pela CC Corp e ganham o direito de jogar com os personagens lendários Kite e Black Rose. Claro, isso acaba envolvendo problemas com um novo bracelete que permite “hackear” o código do jogo, mas, é uma história paralela que desenvolve o mundo, mas não afetará tanto o que vem a seguir.

Anos mais tarde, um jovem resolve logar no The World 2.0 e começar a experimentar o game. Esse é o Adept Rogue (ou Kurenai Multi-Weapon) Haseo. Sem saber o que fazer no jogo, dois outros jogadores oferecem uma mão amiga a ele e, no final de uma aventura, o traem e o matam (o que o jogo chama de PK, ou Player-Killer). Sem forças ou experiência para lutar contra os PK’s, Haseo é salvo por um misterioso jogador chamado Ovan, que derrota os PK’s com facilidade. Haseo se envolve com Ovan e sua guilda, a Brigada do Crepúsculo, famosa por estar em busca de um misterioso item (que ninguém sabe o que é ou quais os poderes).

Contudo, essa história você verá completa no anime .Hack//Roots.

Algum tempo se passa desde que Haseo entrou no game e agora a presa virou o predador. Haseo não é mais um simples noob e sim o temido PKK (Player-Killer-Killer) conhecido como “O Terror da Morte” e está em busca de um misterioso PK chamado de Tri-Edge. Esse jogador foi o responsável pelo coma de sua amiga, a jogadora de Shino, que junto com Ovan (que simplesmente desapareceu), eram seus melhores amigos na Brigada do Crepúsculo. Ele quer encontrar e derrotar Tri-Edge, para obrigá-lo a contar como tirar Shino do coma.

Quando Ovan ressurge na vida de Haseo, ele informa que Tri-Edge reaparecerá naquele dia na Catedral de Hulle Grantz, o local onde Shino foi “morta”. Haseo encontra o misterioso Tri-Edge, conforme Ovan havia lhe dito, e ataca com todas as suas forças, mas é facilmente subjulgado e atacado com um poder estranho que o faz “involuir” do nível 80 para o nível 1. Sem entender o que aconteceu, Haseo volta ao The World e encontra com Silabus e Gaspard, membros de uma amigável guilda chamada Canard, focada em ajudar os novatos a começar o jogo.

Nessa jornada, Haseo ainda encontrará outros personagens, como a tímida Atoli (que usa o mesmo modelo de personagem da Shino), a obstinada Pi, o mulherengo Kuhn, a determinada Alkeid e outros que o ajudarão a recuperar suas forças e descobrir outros poderes ainda maiores em sua luta contra inimigos desconhecidos e ameaças ainda maiores do que Tri-Edge se ele quiser resgatar sua amiga Shino do coma.

Requisitos Mínimos E Recomendados

Por se tratar de um jogo de PlayStation 2 remasterizado, .Hack//G.U Last Recode não é tão exigente com o seu computador e funciona em máquinas atuais medianas. Como se trata de um port de um jogo de console da Bandai, o game não foi feito pensado para ser jogado em um computador e exigirá que você use um controle para ter uma melhor experiência. O jogo requer um processador e sistema operacional de 64 bits

Requisitos Mínimos:

Sistema Operacional:Windows 7/8/10
Processador:AMD Phenom II X4 940, 3.0 GHz / Intel Core i3-2100, 3.10 GHz
Memória:4 GB de RAM
Placa de vídeo:Radeon HD 6870, 1 GB / GeForce GTX 460, 768 MB
DirectX:Versão 11
Armazenamento:40 GB de espaço disponível
Placa de som:Placa de som compatível com DirectX ou chipset integrado

Requisitos Recomendados:

Sistema Operacional:Windows 7/8/10
Processador:AMD A10-7850K, 3.7 GHz / Intel Core i3-2125, 3.30 GHz
Memória:4 GB de RAM
Placa de vídeo:GeForce GTX 660 TI 3GB or higher
DirectX:Versão 11
Armazenamento:40 GB de espaço disponível
Placa de som:Placa de som compatível com DirectX ou chipset integrado

“Welcome to the World”

Review. Hack//gu – last recode
Ovan acaba de salvar Haseo

A franquia .Hack da CyberConnect2 tem estado em hiato há um bom tempo. Após as tentativas da empresa de trazê-lo de volta com o Guilty Dragon: The Sin Dragon and the Eight Curses e .Hack//New World, apenas no Japão, os dois projetos foram encerrados e a série permaneceu no limbo. Os dias de glória de sua vida no PlayStation 2 acabaram há muito e suas tentativas de revival em outras mídias têm sido cada vez mais escassas.

A esperança dos fãs reacendeu com esse compilado chamado .Hack//G.U Last Recode – uma coleção remasterizada de toda a série .Hack//G.U. Todos os três volumes GU (Rebirth, Reminisce, Redemption) foram totalmente remasterizados e lançados junto com um quarto volume totalmente novo, Reconnection. Você pode selecionar livremente quais volumes deseja jogar no menu principal; não há necessidade de passar por eles consecutivamente.

Na era PS2, .Hack foi dividido em duas séries: a quadrilogia original estrelando Kite e a série GU que veio depois, com um novo protagonista, Haseo. Se você é um novato e quer começar a série jogando diretamente pela saga G.U., eu acho que, em termos de jogo, você ficará bem. Já em termos de lore… bom, você viu acima como as coisas são. Last Recode também inclui um recurso chamado Terminal Disc, com vídeos contando detalhes da missão de Kite. Esses vídeos variam em torno de 15 a 20 minutos cada. Prepare a pipoca se você planeja assistir a todas.

Tudo sobre .Hack gira em torno de um MMORPG fictício do jogo chamado The World. Em GU, Haseo é um infame PKK (matador de jogadores) dentro do The World em busca do lendário jogador Tri-Edge; ele suspeita que este jogador é responsável por colocar sua amiga, Shino, em coma na vida real.

A busca de vingança de Haseo o leva a conhecer um elenco maravilhoso de personagens que ainda se sustentam bem. Last Recode manteve tudo incrivelmente intacto sob uma nova camada de texturas e polígonos. Tudo o que basicamente você esperaria das remasterizações modernas.

Os modelos de personagens viram as melhorias mais gráficas significativas (embora, falaremos mais delas a frente). Eles são limpos, detalhados e o anti-aliasing faz maravilhas em comparação com seus homólogos denteados do PS2. O elenco principal viu as mudanças mais significativas, enquanto NPCs aleatórios estão mais próximos de seus modelos PS2. No entanto, é uma surpresa a clareza com que você pode vê-los agora.

Review. Hack//gu – last recode
Os combates são em uma arena fechada

As texturas do ambiente, por outro lado, ainda estão um pouco mais rústicas. Claro que eles fizeram melhorias, mas ainda está muito enlameado e borrado. É divertido pensar nisso como se as deficiências gráficas fossem do próprio The World para alguma “imersão” no jogo.

Refinamentos notáveis na iluminação, proporção, resolução e taxa de quadros também ajudaram a modernizar os jogos da série GU. Mudar para 16: 9 e puxar a câmera para trás faz com que pareça muito mais aberto. Fontes de iluminação pronunciadas removeram em grande parte o embaçamento ao se mover em torno das áreas de campo, embora ainda haja problemas estranhos de pop-in aqui e ali. Last Recode suporta resolução de até 4K e roda a 60fps na maior parte, embora batalhas mais lotadas sofram pequenas quedas.

O sistema de combate do GU foi amplamente beneficiado por causa desses retoques técnicos. As batalhas focadas na ação de GU isolam seu grupo e inimigos em uma arena circular para lutar em tempo real. Os inimigos tinham o péssimo hábito de atacar você fora da tela no PS2 porque a câmera estava muito ampliada. O espaço extra para “respirar” ajuda a diminuir esses problemas.

Além disso, as batalhas em Last Recode tem uma fluidez melhor graças à redução da trava que golpe causava nas versões originais. Cada hit congelava a tela para significar que um ataque foi bem-sucedido, o que realmente incomodava naquela época e é menos problemático aqui.

Mudou para melhor

Uma das mudanças mais significativas que os jogadores de .Hack//G.U podem notar é que a progressão geral de EXP é muito mais simplificada e tolerante. Os ataques causam mais danos em geral e os inimigos visivelmente lhe recompensam com mais experiência. É muito fácil se sentir sobrecarregado de EXP, mesmo se você se não entregar as diversas missões secundárias que o jogo oferece.

Os jogos PS2 originais não eram muito desafiadores, mas havia alguns encontros ocasionais mais difíceis em momentos-chave da trama. Last Recode essencialmente elimina isso, tornando-o um passeio no parque, mesmo se você apenas ficar com as missões do enredo principal. Se você quiser tornar o jogo completamente e totalmente trivial, há também um novo Cheat Mode opcional antes de iniciar um novo jogo que maximizará as estatísticas de seus personagens e equipá-los com o melhor equipamento desde o início. O que pra mim, foi excelente!

Quando joguei a primeira vez o game, eu perdi todo o meu save do terceiro game (que já trazia toda a minha história dos jogos 1 e 2) era muito chato e repetitivo ficar buscando experiência e equipamentos, fazendo diversas vezes as mesmas cavernas e arenas para ganhar a experiência necessária para avançar no jogo. Chegava a um momento que eu sabia exatamente quais inimigos atacar, quais itens usar e descartar e não estava pronto para refazer tudo isso.

Esse modo “cheat” me permitiu avançar facilmente pelos três jogos, apenas curtindo a história e fazendo apenas as missões principais, tendo ainda algum desafio em momentos importantes da trama. Ou seja, eu podia avançar pelas diversas dungeons sem ter que me preocupar em ficar evoluindo de nível para matar monstros e ainda tendo alguma emoção nas lutas que eram realmente revelantes para a história. É a melhor coisa para quem não tem paciência para horas e horas de grind.

A trilha sonora é excepcional. Músicas cantadas, instrumentais, com coro nos momentos de drama ou ação, dão ao jogo um ar épico dignos de um Final Fantasy. A música cantada por Yasashii Ryoute, Gentle Hands, se não fizer você chorar, então, é possível que você esteja morto por dentro e ainda não saiba.

Além dessas mudanças, .Hack//G.U Last Recode é uma restauração fiel 1: 1 impressionante desses jogos. Um dos recursos mais legais dos jogos .Hack do PS2 foram todos os pequenos toques na construção de seu mundo. O menu principal simulava a área de trabalho de um computador, então havia muitas outras coisas a fazer além de jogar The World – ler postagens de fóruns, consultar e-mails de membros do grupo e brincar com a extensa seção de notícias internas. É um vislumbre fascinante de uma era passada da juventude da Internet.

Até mesmo todas as fan-arts para papéis de parede personalizáveis foram aprimoradas com algumas novas adicionadas. Também inclui o jogo de cartas Crimson VS. Os clipes e programas de notícias animados ainda estão no ar. Tudo ainda está lá! .Hack foi uma das poucas séries que se esforçou para vender seu mundo e ainda assim obteve um sucesso brilhante nisso.

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Dentro e Fora de The World

Enquanto Haseo e seu grupo lutam contra os inimigos dentro do “The World”, o mundo real sofre as consequências disso, com notícias de jornal que falam sobre uma estação espacial que está falhando e corre o risco de cair, pessoas que encontraram estranhas marcas no jogo e entraram em coma, flutuações na bolsa e o resto de problemas que a tecnologia conectada pode causar. Mas o destaque fica mesmo para a investigação que acompanhamos no “podcast” Online Jack.

Um especial em cinco capítulos de um programa na internet chamado Online Jack, apresentado pelo brasileiro Salvador Ahibara, investigando a “Síndrome de Boneca”, como está sendo chamada a doença das pessoas que estão em coma causado pelo jogo online. Toda a investigação mostra um poder estranho que ultrapassa as barreiras do mundo virtual para o mundo real e estão diretamente ligadas as ações de Haseo no The World.

Outras adições interessantes ao pacote Last Recode são áudio duplo e modo de paródia. Os lançamentos de GU para o PS2 tinham apenas a dublagem em inglês, mas Last Recode também inclui as vozes japonesas. Seja qual for o elenco de voz de sua preferência, os dois lados da cerca ainda têm todos os atores de voz originais, mesmo no novo quarto volume.

O modo de paródia é um extra para os veteranos do .Hack. Foi inspirado pelas cenas extras de paródia no filme .Hack//G.U Trilogy CG anos atrás; esses poucos clipes são essencialmente dublagens de piadas de várias cenas ao longo dos jogos. Existem alguns divertidos que os fãs ávidos de .Hack irão certamente apreciar. É uma pequena piscadela e aceno no final do dia, mas eu adorei.

Por último, o novo quarto volume em Last Recode é mais um epílogo estendido do que um episódio completo. Com cerca de cinco horas de duração, Reconnection é uma despedida final que fornece uma sensação mais forte de encerramento da saga GU. Acontece cerca de um ano após o final da Redemption. Não há muito a fazer além do progresso da história principal. Todas as outras atividades paralelas não estão disponíveis já que o jogo será desligado e a nova história oferece boas razões para o seu volume mais curto.

Se há um problema em Reconnection é o fato de que a ausência dos recursos extras enfatiza alguns pontos fracos principais dos jogos GU. Há um ciclo monótono de masmorras repetitivas que se arrastam um pouco mais. Em seguida, volte para a cidade para falar com os NPCs e descobrir para onde ir em seguida. Rasteje nas masmorras novamente para descobrir algo, viaje de volta para determinar o próximo destino e assim por diante. Os eventos da história de Reconnection são interessantes, mas as coisas reais que eu estava fazendo para chegar até elas foram decepcionantes.

Reconnection é um último grito legal para .Hack//G.U. Existem muito poucos novos modos de jogo introduzidos e quase não há novos ambientes ou inimigos para ver. A coisa mais impressionante sobre esse capítulo são as cenas em CG; eles são elegantes e fornecem uma amostra de como as cenas poderiam ter sido melhores se o CyberConnect2 tivesse a tecnologia naquela época. Agora estou um pouco chateado porque alguns desses não foram adicionados aos volumes anteriores.

.Hack//G.U Last Recode é um pacote incrível de jogos remasterizados, mas poderiam ter sido muito melhores. Quer dizer, se você comparar os modelos de personagem de Reconnection com os modelos anteriores, verá que eles são muito melhores trabalhados, com muito mais polígonos, texturas e melhorias que já estavam prontas. Por quê não substituir aquele modelo meio quadrado do primeiro volume pelo modelo refeito do quatro, se o modelo já está lá pronto? Só para fazer um remaster e não um remake completo? O modelo já estava pronto. Era só usar.

MMORPG? Gente em Coma? Já vi isso antes

Você provavelmente está pensando que essa série desconhecida copiou elementos da superpopular franquia de animes e jogos Sword of Art Online, certo? Um mundo de MMORPG imersivo onde as pessoas no mundo real estão presas nele e em estado de coma? Bom, vamos acabar com essa confusão com um fato simples: A primeira publicação de Sword of Art Online foi um webnovel em 2002, enquanto .Hack já estava em produção em 1999. Porém, o primeiro jogo só foi lançado mesmo em 2002.

Se vamos levar as datas ao pé da letra, .Hack veio primeiro e, portanto, seria o isekai de MMORPG original, enquanto SAO é um copiador barato. Mas, a verdade é que é muito improvável que a equipe por trás de .Hack soubesse da existência de Sword of Art e o inverso também é válido. Talvez, no máximo, os criadores de Sword of Art possam ter ouvido falar do projeto e ter tido uma “inspiração” de um mundo onde as pessoas ficam presas. Mas, que um tenha ativamente copiado o outro, é improvável.

Review. Hack//gu – last recode
Kite vs Kirito em um colab

A verdade é que sim, Sword of Art Online se tornou imensamente mais popular provavelmente por seus elementos de ação e aventura, muito mais explorados do que o mundo de .Hack, sem contar que as aventuras de Kirito e companhia evoluíram para se tornarem um típico anime de harém, repleto de lindas meninas em poses insinuantes, algo que nunca vimos em .Hack. A coisa mais “fanservice” que vemos em .Hack é a personagem Pi e olhe lá.

.Hack sempre foi muito mais contemplativo e reflexivo, convidando o espectador a pensar com os personagens sobre suas vidas, com histórias de pessoas que usam o The World como um escape do mundo real, seja de problemas como depressão, falta de amigos ou conexões com pessoas reais, problemas familiares, problemas no casamento e outros que fazem com que os personagens entrem em The World, para escapar de suas vidas, por um instante.

Subaru apenas quer correr e andar, ela não joga ativamente, embora seja a líder uma influente guilda em The World. Rena e Shugo são irmãos separados pelo divórcio dos pais que se encontram apenas no jogo. Saku criou em sua mente sua irmã, Bo, para ter alguém para protegê-lo. São belas histórias que nos fazem pensar um pouco, mas no anime, não há momentos de ação e lutas empolgantes e nem meninas em poses insinuantes para prender a atenção do público otaku.

Nem mesmo nos filmes mais recentes, como .Hack//QUANTUM ou o belo filme em CGI, Beyond The World, você verá ação desenfreada e lutas empolgantes. Talvez essa seja a falha de .Hack. Ele tem uma excelente história, mas não vai atingir o grande público porque o público otaku não quer ver reflexões e contemplação. Quer fanservice e porrada. E é exatamente o que SAO oferece. Isso não faz dele melhor ou pior. Também não faz dele uma cópia. São diferentes para públicos diferentes.

Afinal, é bom ou não?

Como um jogo, sim!

Como parte de um universo maior, talvez…

.Hack//G.U Last Recode é um excelente jogo, uma evolução do original de PS2 em vários aspectos, com refino nos gráficos e jogabilidade, que permite ao jogador aproveitar três excelentes RPGs, seja com uma evolução progressiva e combate cheio de ação que não fica devendo a nenhum jogo atual, ou, como o modo Cheat, é só sentar e aproveitar a história. Há muito conteúdo extra, como um jogo de cartas colecionáveis, uma web série divertida e vários colecionáveis a se desbloquear, como wallpapers e músicas, além de troféus e cartas colecionáveis na Steam. O que mais o jogador atual pode querer?

Agora, particularmente, eu acho que eles erraram em recomeçar a franquia pelo “meio do caminho”. Seria muito mais interessante um remake dos quatro jogos iniciais (que seria muito difícil fazer um remaster apenas, pois os gráficos são bem datados) e deixar as pessoas começarem a história “pelo começo”, conhecendo os personagens originais e as histórias do The World antes de te jogar em um mundo em que você recebe um e-mail de alguém chamado “Black Rose” dizendo que talvez tenha se apaixonado por você! Se você sabe da história pregressa, com Kite e Black Rose, talvez a situação faça sentido, mas do nada, uma declaração de amor assim?

Review. Hack//gu – last recode
Um espadão motosserra é algo que merece ser respeitado

Como visto acima, para entender bem a história dos jogos da saga do Haseo, é preciso ver o anime .Hack//SIGN, depois jogar os jogos da quadrilogia, depois ver o anime .Hack//Roots e aí sim, jogar os jogos da série G.U. E se você quiser se aprofundar mais, aí você precisa ler os mangás ou os romances que nunca foram traduzidos e publicados por aqui (você até acha na internet). Então, há muita coisa antes de chegar ao Haseo e a Bandai simplesmente passou por cima de tudo isso.

Quer dizer, há um motivo para o Tri-Edge e os seus ajudantes assumirem aquelas formas, Haseo tem os poderes que tem por um motivo, há referências em falas do Kuhn que remetem a um anime, há um motivo para Endrance ter um gato. Há varias coisas que você até pode entender, mas quando você conhece a série dá um “sabor extra” ao jogo. Se você já conhecia a franquia, Last Recode é uma despedida emocionante. Se você nunca jogou, então, é capaz que você fique com o um “hã?” durante muitas situações.

O pacote oferece três excelentes RPGs do PS2 e trazem uma nova vida ao jogo com um novo final, com visuais aprimorados e os refinamentos de jogabilidade que os fazem parecer e jogar muito melhor do que antes. A camada extra de polimento aparece quando você os compara com os do PS2. É um pacote magnífico para os fãs de .Hack – novos e antigos. Lançado em 2017 e sem nenhuma novidade desde lá, infelizmente Last Recode talvez ainda não é estopim que fará .Hack estourar.

Onde Comprar?

.Hack//G .U - Last Recode
.Hack//G.U – Last Recode

.Hack//G.U – Last Recode

Por Paulo “Doido” Fabris

Gráficos
Música
Jogabilidade
Diversão

Ficha Técnica

Produtora: CyberConnect2
Distribuidora: Bandai Namco Entertainment
Plataforma: PlayStation 4 e Microsoft Windows
Nota: 8/10

Prós:
Bela história e trilha sonora emocionante;
Modo Cheat para quem quer curtir a história;
Recriação fiel do original;
Muitos extras e capítulo final para a despedida dos fãs;

Contras:
Obrigatório o uso de controle no PC;
Poderia ser um remake, mas a ficaram só no remaster;
Pode não ser atraente para novatos pela história que começa pela metade;

4.6

Agora, deixe aí nos comentários: Você gosta da série .Hack? Jogou o Last Recode? Jogou os originais no PlayStation 2? Fale conosco e aproveite para ler mais reviews no nosso site.

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