Para a diretora da Eletronic Arts, o termo “gamer” está defasado e não reflete mais aqueles que passam seu tempo em frente a um videogame
O entretenimento interativo é tão difundido e assume tantas formas que o termo “gamer” está desatualizado. Essa é a visão da Vice Presidente de marca da Electronic Arts, Elle McCarthy, que disse a Adweek que, atualmente, com a “a convergência dos jogos e de tudo na cultura” significa que quase todo mundo agora é um ‘gamer’.
“Os jogos não são mais uma mídia ou uma indústria, são simplesmente ‘interativos’. Agora você pode interagir com quase tudo por meio de um jogo – desde uma área de interesse, como design de interiores, a um movimento como Black Lives Matter ou explorando sua identidade sexual”, disse ela.
O chefe da marca da EA diz que o termo ‘gamer’ está desatualizado. De acordo com McCarthy, “realmente não existem jogadores, e entender isso será crucial” para os profissionais de marketing que desejam se envolver no espaço de entretenimento interativo.
“O recente aumento de jogos de serviço ao vivo mais lo-fi permite uma integração mais rápida da cultura do que nunca”, disse ela. “Esta é uma grande oportunidade de marketing e força uma abordagem mais fluida e em primeiro lugar para o público para as marcas que procuram se envolver de forma autêntica.”
McCarthy afirma que apenas 14% dos jogadores se descrevem como ‘gamers’ e o número cai para 6% no caso das mulheres. “Não existem regras de melhores práticas sobre como se envolver com essas comunidades de nicho multifacetadas e apaixonadas”, disse ela. “Tentar atingir os ‘gamers’ é como dizer que você está visando pessoas que gostam de música ou pessoas que respiram ar”.
McCarthy ingressou na EA em fevereiro de 2020 com a missão de dar uma nova vida à marca de quase 40 anos. Fundada em 1982, a EA com sede em Redwood City, Califórnia, é mais conhecida por suas séries EA Sports, incluindo FIFA e Madden, bem como suas franquias Battlefield, Apex Legends e The Sims. A EA tem mais de 450 milhões de jogadores registrados globalmente, de acordo com seu site, e em seu ano fiscal mais recente registrou receita líquida de US $ 5,6 bilhões.
O que é ser um ‘gamer’?
Te fato, a indústria dos jogos tentou criar esse rótulo aos jogadores, muitas vezes explorando essa “divisão” dos jogadores para as pessoas “comuns”, taxando aqueles que se envolviam ativamente com os jogos de “gamers hardcore” e as pessoas que usavam os jogos como um passatempo para relaxar após o trabalho ou durante sua viagem no transporte público de “casuais”. Alguns até mesmo se aproveitaram dessa ‘divisão’ para vender seus jogos como “só os verdadeiros gamers são capazes de terminar esse jogo”. Isso se aplica principalmente aos games da série “Souls” que muitas vezes se julgam “superiores” apenas por gostar e jogar esses títulos criando apenas um ambiente tóxico entre os jogadores.
Tal separação, como tudo atualmente, se mostrou prejudicial ao todo, obrigando boas franquias a se render a estilos de jogo que não são condizentes com seu próprio estilo apenas para agradar a uma parcela mais “vocal” da comunidade “gamer” o que, como dito por McCarthy não reflete a realidade dos atuais donos de console.
É só ver como os videogames tentam ser muito mais do que um simples “reprodutor de jogos” atualmente, integrando diversos serviços como streaming de filmes, leitor de Blu-Ray e outras funções que estão cada vez mais comuns no nosso dia-a-dia. Além disso, com o recente aumento dos serviços de streaming de jogos via nuvem, dá para dizer que a pessoa que está jogando um Battlefield V no celular através de um serviço como o GeForce Now ou Google Stadia é um ‘gamer’ ou não?
Então, deixe nos comentários, o que você acha da declaração da executiva? Acha que o termo ‘gamer’ ainda é relevante? Se considera um gamer? Fale conosco e aproveite para ler mais sobre a Electronic Arts no nosso site.
