Ontem, a Ubisoft anunciou que o seu experimento com NFT, o Ubisoft Quartz está fora de Ghost Recon Breakpoint e que o jogo não receberia mais atualizações de conteúdo. O ato final de um jogo que teve um lançamento extremamente confuso e nunca realmente encontrou seu público, além de ter sido usado como cobaia para a Ubisoft Quartz: a primeira tentativa de uma grande publisher de incorporar tokens não fungíveis (NFT) em seus jogos. Os ‘Digits’ de Breakpoint eram itens cosméticos com pequenos números de série neles que foram lançados em dezembro de 2021 e removidos pouco tempo depois.
Agora a Ubisoft confirmou que, com o fim das atualizações de Breakpoint, isso também significa que o jogo não receberá mais Digits: uma mensagem no site da Ubisoft Quartz agradece aos jogadores que os compraram e diz “Você possui um pedaço do jogo e deixou sua marca em sua história” e conclui com “Fique atento para mais atualizações com recursos para a plataforma e quedas futuras com outros jogos.”
Ubisoft Quartz está fora de Ghost Recon, mas não está acabado
Algo que indica que, embora o Breakpoint tenha encontrado um fim, os Digits do Ubisoft Quartz podem aparecer em qualquer jogo, a qualquer momento, prometendo um “pedaço do jogo” para você usar, vender ou negociar.
Este é, sem dúvida, o experimento NFT de mais alto perfil que a indústria já viu, puramente em termos de alcance da Ubisoft e o fato de ter realmente lançado, e um tempo total de execução de três meses dificilmente inspira confiança nas perspectivas de longo prazo da tecnologia de blockchain incorporada em jogos. Porém, vamos ser honestos: a maioria das editoras apenas anuncia que está interessada em NFTs, e depois se retira após a enorme e inevitável reação. Mas a Ubisoft se manteve firme e agora os jogadores do Breakpoint estão presos com um monte de itens que, com o fim do jogo, têm pouco ou nenhum valor.
Mesmo que os jogadores não gostem deles, a tendência para que mais e mais empresas incluam os NFTs é inevitável. A Ubisoft anunciou que estava entrando neles em novembro, a EA chamou os NFTs de “o futuro da nossa indústria”, o Discord anunciou que os integraria antes de desistir após uma grande reação, enquanto a boa e velha Steam decidiu bani-los completamente.
Quanto aos fãs do Ghost Recon, bom… aproveitem seu pequeno pedaço do jogo. Vale a pena dizer que, deixando de lado os dígits, a Ubisoft deu suporte ao Breakpoint por mais de dois anos após um lançamento malsucedido, portanto, interromper as atualizações de conteúdo após todo esse tempo parece razoável.
Pouco depois do lançamento do Quartz, Nicolas Pouard, vice-presidente do Laboratório de Inovações Estratégicas da Ubisoft (que desenvolveu a plataforma), disse: “Então, é realmente para [jogadores]. É realmente benéfico. Mas eles não entendem por enquanto”.
Jogos e NFTs realmente não combinam?
Embora os NFTs possam não ser exatamente o “futuro dos games”, é bem claro que já existem muitos games integrados a blockchain (você pode ler aqui e entender como a blockchain funciona) e muitos deles já são até mesmo fonte de renda para seus jogadores que aprendem a como usar seus NFTs para os jogos. Uma série de jogos play-to-earn que usam os NFTs de forma integrada. São armas, monstrinhos e itens que valem criptomoedas e podem render algum dinheiro aos que sabem como usá-los.
Um jogo do tipo play-to-earn, como Axie Infinity, que foi feito especialmente para esse fim, que tem o seu público-alvo aqueles que tem interesse em NFTs é uma boa forma de colocar os tokens para uso, mas, tentar colocar os NFTs em jogos que já são consagrados e que não foram feitos para isso, realmente irá causar uma rejeição dos jogadores e, como resultado, teremos mais Quartz e digits por aí que ficarão parados sem valor ou utilidade.
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Fonte: Games Industry
